Tu és tão puta! Não te conheço de outra forma. O desejo está-te no rosto como o demónio te está no corpo. Ondulas desafiadora, roçando a pele em chamas no corpo que queres usar envolvendo-o paulatinamente no teu querer, apriosionando-o e subjugando-o à tua vontade.
Tu és tão puta! Não quero que sejas de outra forma. O desejo escorre-te do corpo como água para a vida. Sorris falsamente envergonhada quando em ti encontro as provas do que deixaste propiciar e do qual desejas me queira aproveitar.
Tu és tão puta! Não pode haver outra forma. O desejo em ti é fome por saciar e usas-me e usas-te para teu deleite. Invocas, por vezes mimada, por vezes sedutora, argumentos inúteis, por desnecessários. Queres sempre, queres sempre mais.
Tu és tão puta! Não sabes ser de outra forma. O desejo atiça-te o corpo de dentro para fora. E procuras a satisfação imediata. Dás-te, egoísta, na ânsia de receber. Pedes, rogas, imploras, exiges. Não te bastas, não páras. Não sabes como parar nem queres. O limite é o prazer e o prazer, esse, para ti, tão puta, não tem limites.