Sabem aquela sensação de estar a planar no vazio? Aquele arrepio gostoso na barriga? Aquele sobressalto no coração? Aquele sorriso idiota que fazemos sozinhos quando nos recordamos de alguém? Aquele olhar doce e terno quando passamos em revista momentos especiais? Aquela vontade intrínseca de repetir e repetir e nunca lhe dar fim? Tivesse eu direito a ver um desejo concretizado na vida e pediria que o tempo parasse quando estou nos teus braços. Que as horas esticassem e abarcassem um ano ou dois quiçá. Que o mundo lá fora estagnasse e te-me pudesse dar sem fim à vista. Num abraço lânguido e apertado, numa conexão física e mental tão perfeita, num tocar electrizante, em sussurros imbuídos de cumplicidade, numa entrega sem pudor e repleta de um nós tão desenhado quanto as linhas dos teus lábios. Pudesse eu e morreria neles.