Manietada pelo manobrar do enlace que a constringe, fecha os olhos e sente apenas o toque, o respirar junto ao ouvido, as palavras soltas, insanas, profanas. Desliza pela métrica das rimas do acariciar, do massajar, do testar do querer que se denota no estremecer do corpo que entrega sem cuidar da razão. Não tem poder de decisão e a mente, errática, elevou-se ao plano da mais sublime loucura e deixa-se levar. O corpo que se encosta, que se encaixa, segue o ritmo do seu ritmo, mede os passos da sua vontade e certifica-se que fazendo-a sofrer lhe dá o maior prazer. Prolongando os pequenos espasmos, os pequenos tremores, os inocentes gemidos. Enleia os dedos suaves no calor dela e constata a doce teia húmida e suculenta que se encarregou de tecer. Sabe que se encontra pronta, gosta do que sente e decide querer, decide gozar os dividendos do tumulto que causou.