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(E)m estado líquido #42


Todos os beijos, todas as carícias, todos os apertos, todas as investidas, todas as trincas, todos os gemidos e ofegares, todos os olhares, todos os roçares, todos os suspiros, todas as palavras sussurradas entre dentes, todas as vontades convergiam agora num só sentido. Olhou-a envergando um sorriso hipnotizado, perdido num mundo de carnais pensamentos, de doces pecados. Tirou antes de acabar. Verteu-se nela como que mostrando-lhe o que a entrega dos seus corpos era capaz de proporcionar, como que dizendo-lhe, olha o que tu provocas em mim. Ela, regozijou de prazer, incapaz de não sorrir face à prova do orgasmo, à prova do prazer agora cabalmente demonstrada, ao culminar do que lhe tinha oferecido sem hesitar. Sentiu-o quente, espraiar-se sobre si, em linhas amorfas, em rasgos de deleite jorrado sem alvo certo, apenas destinos de prazer. Tocou-lhe com os dedos, espalhando-o ainda mais, suavizando-lhe a pele num momento de satisfação. Chegou-os à boca e provou-o. Suspirou. O sabor era o seu, o de sempre, aquele que a havia viciado desde o primeiro momento e sem o qual o seu paladar já não sabia existir.