"You're in my veins, you fuck."
(Kate Moss dixit)
Corria-lhe no sangue o fervor da vontade. Era quente, fluído, frenético. Bombeava-lhe as artérias incessantemente, num ritmo de atrozes desejos conduzindo-o vezes e vezes sem conta na direção do coração onde em vez de parar, continuava a viagem num circuito fechado mas de rápidas batidas e palpitações desconcertantes, curvas sinuosas e movimentos de uma destreza inconfundível. Sentia o calor invadir-lhe o entremeio das pernas, espraiar-se-lhe pelo corpo num formigueiro de sensações prenhes de excitação. Era o sangue, nervoso, a tocar todos os seus recantos, a invadir-lhe todos os pontos sinápticos e a dar-lhe o comando para se deixar levar na senda do prazer. Tinha vontade de o sentir, mesmo assim. De o ver desaparecer por completo dentro de si, enquanto o tocava para sentir na ponta dos dedos o entra e sai em toda a sua extensão, para sentir a textura do que lhe preenchia o corpo e lhe saciava a fome e o querer. Tinha vontade de foder. Só foder. De impregnar o corpo de luxúria e provocação, de lhe dar satisfação, de delirar em orgasmos e sucumbir ao prazer de se saciar, de sossegar o desassossego, de acalmar as arritmias provocadas pela loucura do cavalgar a trote do sangue que fervia e queimava de tesão.