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Somos torpes marionetas do instinto. Invisíveis, os fios que nos manobram coarctam o livre arbítrio de que somos orgulhosos detentores. Vemos a liberdade da racionalidade ser toldada pelas nódoas negras do desejo que se-nos marca na pele, a fundo, a ferro e fogo. Ouve-se o estalar seco do momento em que nos embrenhamos em alcançar o prazer. Passamos rapidamente de um estado de latência para um estado de hiperactividade, um estado em que tudo é exacerbado. Os movimentos, os sons, os cheiros, os sentimentos, o desejo. Tudo é multiplicado e saboreado com a ânsia de alcançar a plenitude, de alcançar aquela centelha sublime de um orgasmo único, inigualável, irrepetível.