Prostro-me perante a solidão que tomou conta de mim. Na multidão ela acompanha-me e não me deixa desamparada. É vizinha da saudade. Porta com porta, saúdam-se pela manhã enquanto correm para o correio na esperança de saber notícias de ti. Ficam-se por um café matinal e a revista e o jornal que perscrutam passivamente para ajudar a passar o tempo e distrair da falta que o teu corpo lhes faz. O tempo aflora sucessivamente, incessantemente, nas incontáveis vezes que olham para o calendário e sentem que falta menos um pedaço de tempo para em ti se misturarem, para em ti se saciarem, para de ti se preencherem e restabelecerem os níveis de prazer e plenitude. Porque sem ti, há sempre algo que falta aqui.