O corpo que era meu já não me pertence. Nasceu comigo e cuidei dele mas agora é teu. É teu porque dele te apossaste e a minha vontade não te conseguiu fazer frente. É teu porque soubeste moldá-lo ao teu, à tua forma, ao teu jeito e agora nada mais lhe serve. É teu porque vive hipnotizado pelo aroma da tua pele, pelo timbre das tuas palavras, pelo toque das tuas mãos, pelo esboço do teu sorriso, pela cadência do teu olhar, pelo vício do teu sexo. É teu porque o libertei e ele refugiou-se em ti para tão só se completar, para tão só se preencher. O corpo que era meu já não me pertence. Dei-to todo.
“You must be life for me to the very end," so he writes. "That is the only way in which to sustain my idea of you. Because you have gotten, as you see, tied up with something so vital to me, I do not think I shall ever shake you off. Nor do I wish to. I want you to live more vitally every day, as I am dead. That is why, when I speak of you to others, I am just a bit ashamed. It's hard to talk of one's self so intimately”
Henry Miller in Tropic of Cancer