Do canto da sala, ela observava calmamente o desenrolar dos acontecimentos. Inexpressiva ao início, perscrutava os movimentos com o desprendimento característico de um qualquer espectador numa sala de cinema, numa sala de um teatro. Os protagonistas, esses, alheavam-se do olhar que os fitava. A venda estrategicamente colocada mantinha-a na escuridão ao mesmo tempo que lhe apurava os restantes sentidos. Ouvia as ordens dele que lhe soavam prementes e não ousava desconsiderá-las. "Ajoelha-te." Obedeceu sem hesitar. "Agora toca-te, quero ver-te." E ela começou devagar, colocou a mão no meio das pernas...
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State of the Mind